Ao longo dos anos trabalhando com contabilidade para o setor veterinário, percebi que a definição e o pagamento do pró-labore causam muitas dúvidas. Muitos veterinários, donos de clínicas ou petshops, acreditam que pagar-se um valor “qualquer” está resolvendo a questão. Não é bem assim. Administrar o pró-labore de forma equivocada pode reduzir muito o lucro da empresa – e, o mais preocupante, pode trazer problemas fiscais e trabalhistas.
Hoje quero compartilhar seis erros frequentes na gestão do pró-labore para veterinários e mostrar como evitá-los. Tudo para que, assim como faço na Inside Contabilidade, você consiga focar no seu trabalho e extrair o máximo resultado do seu negócio veterinário.
O que é pró-labore na prática veterinária?
Antes de mergulhar nos erros, acredito importante explicar de forma clara: o pró-labore é a remuneração mensal dos sócios administradores de uma empresa, um conceito bem diferente de “lucro”. O pró-labore deve ser previsto mensalmente, tem incidência de INSS, precisa ser registrado e é vital para separar finanças pessoais e empresariais.
Pró-labore não é salário, nem retirada de lucro: é a remuneração do sócio pelo seu trabalho.
Muitos veterinários confundem esses conceitos por falta de orientação de contadores especializados no segmento, o que pode gerar problemas no futuro.
1. Misturar pró-labore com lucro da empresa
Um dos erros que mais vejo é o veterinário retirar dinheiro do caixa quando sobra e considerar que isso é salário. Já atendi profissionais que, ao fim do mês, olham para o saldo da conta e definem o quanto vão “tirar” – ora chamam de pró-labore, ora consideram tudo lucro. O risco é alto.
- Sem uma remuneração fixa, fica difícil controlar a saúde financeira da empresa.
- A ausência de registros contábeis pode gerar autuações em caso de fiscalização.
- A mistura prejudica o planejamento tributário e até a avaliação do próprio negócio para financiamentos.
Pró-labore e lucro são coisas distintas: enquanto o primeiro é pelo trabalho, o segundo é o retorno do investimento como sócio.
2. Definir valores sem critério contábil
Outro erro frequente é escolher um valor de pró-labore “mais baixo possível”, só para pagar menos INSS, por exemplo. Já vi veterinários fixando um pró-labore simbólico e retirando o restante como lucro, sem analisar de verdade a carga tributária ou o impacto nos benefícios previdenciários.
- Valores irreais podem gerar passivos trabalhistas e fiscais.
- O INSS recolhido sobre o pró-labore influencia a aposentadoria do sócio veterinário.
- Um valor muito baixo pode dar sinais errados ao Fisco, que pode questionar a movimentação financeira.
O ideal é calcular o pró-labore alinhando remuneração justa, planejamento tributário e regras da Receita Federal. Na Inside Contabilidade, uso parâmetros de mercado e simulações tributárias para definir o melhor enquadramento.
3. Ignorar a incidência de INSS e obrigações fiscais
Alguns veterinários têm a impressão de que, por serem sócios, não precisam recolher INSS sobre o pró-labore. Já perdi a conta das vezes que precisei explicar que recolher INSS é obrigatório sobre o valor do pró-labore, mesmo que a empresa esteja no Simples Nacional.
Deixar de recolher INSS pode resultar em autuação, multas e perda de direitos previdenciários.
O pró-labore precisa ser informado no eSocial, com guia de INSS paga até o dia 20 do mês seguinte. Ignorar isso traz riscos desnecessários.
4. Esquecer do impacto do pró-labore nos impostos da empresa
Muitos não percebem que o valor do pró-labore pode afetar o valor de impostos no Simples Nacional ou no Lucro Presumido. Ao estabelecer um pró-labore incompatível com o faturamento, o veterinário pode:
- Pagar impostos a mais por não aproveitar deduções possíveis.
- Se expor ao Fisco, caso os valores sejam incoerentes com a movimentação bancária.
- Comprometer a margem de lucro e prejudicar o fluxo de caixa.
Já realizei vários trabalhos de revisão tributária para clientes da Inside Contabilidade e encontrei casos em que só a correção do pró-labore gerou uma economia de milhares de reais em poucos meses.
5. Não formalizar a retirada do pró-labore
Registrar o pró-labore corretamente é básico, mas muitos veterinários descuidam desse ponto.
- Retiradas “por fora” dificultam a comprovação de renda na hora de financiar imóveis, veículos ou outros bens.
- Ausência de documentos pode dificultar a vida em caso de fiscalização ou disputa societária.
- Sem formalização, a contabilidade da empresa perde credibilidade.
No meu trabalho, sempre oriento registrar em ata, recibos ou mesmo via aplicativo de gestão, como já oferecemos na Inside Contabilidade. Formalizar garante segurança tanto para o negócio quanto para o sócio.
6. Não atualizar o pró-labore conforme a realidade do negócio
Por fim, vejo muitos veterinários que nunca revisam o valor do pró-labore, mesmo após mudanças importantes: aumento de faturamento, entrada de sócios, expansão para atendimento em domicílio ou abertura de uma segunda unidade.
- O sócio pode ficar sub-remunerado e sofrer financeiramente.
- Ou, ao contrário, exagerar no valor e prejudicar o caixa da empresa em momentos delicados.
- A falta de reavaliação pode travar o crescimento e dificultar investimentos futuros.
Pró-labore não é fixo para sempre: precisa de revisão de tempos em tempos.
Na Inside Contabilidade costumo fazer esse acompanhamento junto aos clientes em nossos processos de planejamento tributário e financeiro.
Como evitar esses erros no seu negócio veterinário
No meu dia a dia, vejo o quanto um pró-labore bem estruturado pode ajudar veterinários, clínicas e petshops a crescerem com segurança e tranquilidade. Compartilho algumas dicas práticas, baseadas em experiências na Inside Contabilidade:
- Conte sempre com uma contabilidade especializada no setor para definir o valor adequado.
- Formalize tudo, desde os registros até a comunicação entre sócios.
- Faça revisões periódicas, principalmente em situações de expansão, crises ou mudanças societárias.
- Entenda o impacto tributário e aproveite benefícios – muitas vezes, só uma boa análise identifica a possibilidade de economizar impostos.
- Separe finanças pessoais do caixa da empresa o máximo possível.
Se quiser ampliar sua compreensão sobre outros aspectos da gestão financeira no universo pet, recomendo conhecer nossa categoria de contabilidade e também a categoria de veterinária do nosso blog.
Onde buscar informações confiáveis?
Esse tema é cheio de detalhes. Por isso, sempre sugiro buscar fontes de confiança, documentos da Receita Federal e se aproximar de profissionais que vivenciam o mundo veterinário na prática. Tenho me dedicado há anos a compartilhar conhecimento, como faço nos nossos artigos sobre empreendedorismo e em conteúdos como este post sobre CNPJ ou este sobre obrigações fiscais de clínicas.
No universo pet e veterinário, cada decisão financeira pode impactar diretamente o cuidado com os animais e o sucesso do negócio. Saber gerir o pró-labore pode ser a diferença entre um empreendimento saudável e uma empresa sempre no vermelho.
Conclusão
Hoje mostrei o quanto o pró-labore, quando feito de maneira correta e planejada, pode ser um aliado do veterinário empreendedor na busca por mais resultado, transparência e tranquilidade. Se ainda fica alguma dúvida ou se precisa de auxílio para revisar o pró-labore do seu negócio, não hesite: busque ajuda especializada, invista em conhecimento e conte com parcerias como a Inside Contabilidade para fazer a diferença no dia a dia de sua clínica, petshop ou consultório veterinário.
Quer operar com tranquilidade e pagar menos impostos de forma correta? Fale com um contador especialista da Inside Contabilidade e descubra como proteger seu negócio e aumentar o seu lucro.
Perguntas frequentes sobre pró-labore para veterinários
O que é pró-labore para veterinários?
Pró-labore, para veterinários que possuem empresa, é a remuneração mensal paga ao sócio que trabalha no negócio. Ele funciona como um salário pelo serviço prestado à própria empresa, sendo obrigatório registro e recolhimento de INSS sobre esse valor.
Como calcular o pró-labore corretamente?
O cálculo do pró-labore deve considerar o porte do negócio, faturamento, atividades desempenhadas e o mercado. É importante não escolher um valor apenas “simbolicamente baixo” para reduzir INSS. O ideal é conversar com um contador especializado, como os da Inside Contabilidade, para alinhar remuneração justa e inteligente do ponto de vista tributário.
Quais erros mais comuns no pró-labore?
Os erros mais recorrentes são: misturar pró-labore com lucro, não recolher INSS, definir valor sem critério, não formalizar as retiradas, esquecer do impacto tributário e não revisar o valor em situações de mudança no negócio. Esses erros podem reduzir o lucro e aumentar riscos fiscais.
Pró-labore é obrigatório para veterinários?
Sim, para veterinários que são sócios administradores de empresas, o pró-labore é obrigatório. Ele deve ser registrado e o INSS sobre o valor precisa ser recolhido todo mês. Quem não faz corre o risco de autuações e problemas para se aposentar no futuro.
Como evitar prejuízo com o pró-labore?
Procure separar sempre pró-labore de lucro, conte com uma contabilidade especializada, formalize todas as retiradas e revise periodicamente o valor de acordo com a realidade do seu negócio. Assim, você minimiza riscos e evita prejuízos que podem comprometer o crescimento da sua clínica ou petshop.
O que é pró-labore na prática veterinária?
Como evitar esses erros no seu negócio veterinário





